E de repente tudo perde cor

Quando você percebe, em vez de lápis coloridos ou mesmo a paleta de cores disponível no seu software de manipulação de imagem com combinações infinitas, se tornam totalmente limitadas a opções com saturação 0%.

Na sua mão, em vez de canetas ou giz de cera multicores, um pedaço de carvão.

Percebe que seu amigo imaginário na verdade não tinha ido embora quando você mandou. Ele sempre esteve ali, na espera paciente de ser útil novamente.

Percebe que sua vontade atual de querer ficar sozinho e se isolar de tudo funciona na verdade ao contrario, pois alimenta coisas da sua mente ao ponte de fazer (ou chamar?) coisas invisíveis, mas que são nitidamente palpáveis, dado seu stress existencial, que volta a lhe assolar depois de acordar de um sonho da sua vida.

Com perturbações não cabendo mais em si, põe pra fora o que pode e consegue:

• Através de rabiscos feitos na escuridão da sua sala de estar

• Através de barulhos ritmados feitos na escuridão do seu quarto

Através de palavras ditadas por si mesmo em uma das suas tentativas alternativas de cura (loucura), elaboradas a partir da escuridão da sua alma

• A viagem ultra-interior: diário de bordo (parte 1)

• A viagem ultra-interior: diário de bordo (parte 2)
• A viagem ultra-interior: diário de bordo (parte 3 - fim de sessão)


  

Põe pra fora o que pode e consegue, pra ver se o peso da própria existência diminui a ponto de poder no mínimo voltar a caminhar, em vez de seguir arrastando-se.

Começa a se perguntar como conseguir adquirir o tão sonhado equilíbrio entre não ser totalmente passível ou totalmente egoísta na sua busca por simplesmente ser alguém.

Alguém que possa fazer uma diferença positiva na vida de outras pessoas sem necessidade de troca de favores falsos ou não. Alguém que possa fazer diferença principalmente para si mesmo, solamente.

Nada disso importa, se você não souber utilizar o que tem disponível. E no caso, é só aquele carvão na sua mão.

A saída pode ser não tentar fazer traços limpos e uniformes. Pode ser não tentar fazer desenhos quase 3D a base de litros de café e carteiras e carteiras de Lucky Strike.

Pode ser muitas coisas, na verdade.

Mas só vai valer se forem traçados com o coração, olhos abertos e pensamentos focados muito mais no aprendizado do que na dor. E é o que se tem tentado. Muito.

E preto e branco nem é tão ruim assim, afinal. Tem o seu charme, não tem?

Hoje é um dia triste, pois espaços foram colocados em palavras especiais inventadas.

Mas amanhã pode ser que seja um bom dia. 

Pode sim. 

Tem que ser. 

Vai ser.

21.

Cheers.

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EDITED: E foi mesmo... ou melhor, fizemos ser. ;) <3