segunda-feira, 9 de junho de 2014

Deixar amar


As vezes, querer não é necessariamente poder, e poder não é necessariamente querer o que se pode ter, E permitir-se é deveras impossível, pra quem nada deseja poder.querer.ter.

Deixar amar

deixe amar
aquele
que tudo tem
e nada
consegue
vivendo
do oficio
que
não lhe é
o
que
acha
que deveria ser
do ócio
que é
não querer
ter
tendo
que ter
pra manter
pra sonhar 
pra viver
pra tentar
continuar
à
e
não em relutância
em
apenas
continuar
vivo
deixe sonhar
aquele
que nunca está
acordado
que anda
em pé
mas que voa
mesmo
que
deitado
peixe
fora d'água
nadando
contra maré
voando
contra vento
indo
na
contramão
pés descalços
em
estrada
de
chão
corda
no pescoço
mas
de
coração na mão
na
esperança
que
algo de si
se salve
num oportuno
segundo
antes
de qualquer
tipo
de
fim
deixe sonhar
aquele
que não aceita desgosto
mas
engole
a seco
agulhas finas
que
se faz cegar
na expectativa
que
os outros
não
o enxerguem
mesmo sabendo
que escondendo-se
em baixo
dos
cobertores
pode ser
quente
mas não é seguro
mesmo sabendo
que a distância
da
multidão
não vale nada
se
o
resplandecente
brilho do olhar
da
estrela guia
é mais forte que
qualquer
raio ultra violeta
vindo
de qualquer
sol
vindo
de qualquer
constelação
vindo
de qualquer
universo
paralelo ou não
que o faz
não
se acomodar
e andar
andar
andar
e andar
sem parecer
se fazer importar
deixe-o amar e sonhar
mas não o deixem

.


Cheers.

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